Segurança na Itália e uma não saudade do Brasil: a violência.

Crescer no Brasil (e pincipalmente em Belém) é uma experiência incrível. Além de aprender sobre história, matemática e português, aprendemos também algumas regras básicas de sobrevivência: como esconder o celular na cintura para evitar assaltos, como evitar ruas escuras mesmo tendo que escolher o caminho mais longo pra voltar pra casa, como entrar e dar partida no carro rapidamente para evitar um possível sequestro. 


Talvez eu esteja sendo muito pessimista, mas a verdade é que todos nós já passamos por alguma situação de violência em algum momento da nossa vida (quem nunca foi roubado que levante a mão, por favor). Como mulher, então, o medo se desdobra em muitos, porque ser roubada geralmente é a menor das nossas preocupações... 

Dentre tanta apreensão, chegar em um país relativamente tranquilo como a Itália foi uma mudança imensa! Moro em Pescara, cidade media do centro-sul da país, e nunca tive problemas de segurança por aqui: caminho à noite tranquilamente e sozinha (vocês leram bem, SO-ZI-NHA). O máximo que faço é evitar ruas muito escuras, um pouco porque sou mulher e um pouco porque ainda tenho aquele medo inerente de ser roubada em lugares desertos. 

Mas no mais, zero preocupações dentro do ônibus ou durante uma caminhada com o celular bem exposto na mão. Posso sair com todo o meu kit eletrônico (celular, computador e kindle) despreocupadamente, porque tenho certeza que no fim do dia voltarei pra casa com todos eles a salvo dentro da mochila. 

Nas cidades mais turísticas, como Milão e Roma, o maior problema são os furtos dentro do metrô e locais cheios de turistas (os famosos pickpockets ou borseggiatori, como são conhecidos por aqui). Então, o importante é ficar bem atento às mochilas e bolsas (pra quem enfrenta normalmente as ruas apinhadas do comércio em Belém, não será nenhum desafio, garanto!). 



Como vocês já perceberam, a Itália é um país tranquilo para viver, oferece qualidade de vida e segurança. É uma pena que no Brasil, onde estamos tão acostumados a crescer rodeado pela violência,  até tenhamos dificuldades de perceber o quanto isso não é natural.


Únicas coisas ruins que já me aconteceram por essas bandas: 
  • Em Pescara (Itália): um carro me parou na rua porque me confundiu com uma prostituta. Fiz aquele sinal feio com a mão e segui meu caminho xingando. É difícil ser mulher em qualquer país, não é mesmo? 
  • Em Córdoba (Espanha): roubaram a roda traseira da minha bicicleta. Obviamente, fiquei muito triste na hora, mas lembrando agora  até uma vontadezinha de rir: me roubaram  uma roda, nem sequer a bicicleta inteira! 

Comentários